quinta-feira, 3 de abril de 2008

"Casa Alimento"



Com o tema Desenvolvimento Sustentável / Meio Ambiente, a aluna da Universidade São Marcos, Giselle Stazauskas, desenvolveu o projeto que ficou denominado como “Casa Alimento”. Uma casa feita de garrafas PET, mas sendo que destas, através da hidroponia (dos radicais gregos hydro = água e ponos = trabalho) nascem plantas; podendo ser plantas ornamentais, medicinais e comestíveis. Desta forma a casa além de abrigar sustenta seus moradores.

Segue abaixo a reportagem:

CASA ALIMENT, ONDE TUDO É ECOLOGICAMENTE CORRETO
Giselle Stazauskas*

Imagine, numa casa, uma parede construída com garrafas PET. Dessa mesma parede nascem plantas ornamentais, frutas, verduras, legumes e até ervas medicinais, por meio da hidroponia. É a Casa Alimento, que abriga e sustenta seus moradores.

Localizada em Ubatuba, no litoral norte paulista, a casa tem 55 m2 e foi desenvolvida pelos arquitetos Márcia Macul e Sérgio Prado. É na sala de jantar que se encontra a parede de vedação montada com garrafas plásticas, de 2 metros de largura por 2,4 metros de altura.

As garrafas, assentadas com uma massa feita de plásticos moídos, formam um tecido vivo, em que cada garrafa desempenha o papel de uma célula. A cada 20 unidades, uma recebe o sistema de hidroponia por gotejamento, o que alimenta as plantas. A água das chuvas é armazenada e conduzida por meio de calhas até uma caixa d’água que não recebe luz do Sol, tornando-se, assim, imune a bactérias. Em cada recipiente é colocada uma gota de cloro ou iodo para evitar o risco de dengue. A água no interior das garrafas cria peso, fazendo com que a parede se torne uma estrutura rígida.

“A casa é um organismo vivo, interagindo com a própria natureza”, explica Prado.

Além de possibilitar a reciclagem de plásticos, a casa fornece alimento, contribuindo para o desenvolvimento sustentável, e dá conhecimentos para que as pessoas se conscientizem dos problemas ambientais.

As paredes estruturais são feitas em taipa de pilão, ou seja, terra crua, retirada do próprio canteiro. Não há utilização de cimento, hoje responsável por 8% do aquecimento da atmosfera. Os únicos componentes agregados à massa são 5% de cal e uma pequena porção de baba de cupim. Tijolos de terra crua também podem ser moldados e utilizam somente 4% de cimento. “A união dos dois sistemas foi algo maravilhoso”, diz Márcia.

Outro fator importante é o baixo custo do projeto, o que ajudaria a resolver mais um problema das grandes cidades: a falta de moradias. Segundo Márcia, “o custo por metro quadrado é de R$ 450, podendo ser progressivamente diminuído, uma vez que as ferramentas e equipamentos seriam reutilizados para a construção das outras unidades”.

De acordo com o projeto implantado em Ubatuba, poderiam ser construídas até mil casas populares de 50 metros quadrados por dia, utilizando as 4 mil toneladas de lixo produzidas diariamente, incorporando também o reaproveitamento de outros materiais, como vidro, alumínio e papel.
• É aluna da Universidade São Marcos

Retirado de: http://www.estado.com.br/editorias/2006/10/17/ger-1.93.7.20061017.12.1.xml

Postado por Rúbia de Araújo Ribeiro

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