


Em sintonia com a aspereza temática do programa, Juliana Corradini e José Alves criaram um edifício caracterizado pelo aparentemente frágil equilíbrio estrutural. Seu projeto para o Museu da Tolerância , vencedor entre 174 concorrentes do concurso público realizado pela Universidade de São Paulo e pelo IAB/SP, no segundo semestre de 2005 , é definido pela contraposição entre os grandes vãos e a ausência de pilares de sustentação. Duas extensas lajes de concreto, suspensas a partir de cerca de 12 metros, serão atirantadas ao piso e à cobertura do último pavimento.
O partido decorre da setorização do programa, que reunirá o acervo - relacionado ao abrangente e inusitado tema da intolerância - em níveis acima e abaixo da cota térrea, de forma a maximizar a área livre na implantação. Além de valorizar a privilegiada localização no campus da USP, junto à farta vegetação do Instituto Butantã, o desenho cria certa tensão visual entre a extensa praça coberta , de entrada e convívio, e a volumetria suspensa da edificação.
A parte posterior do edifício, envolvida por torre retangular de concreto , concentrará as escadas protegidas e os ambientes técnicos. Auditórios, sala de cinema, diretoria e curadoria são os ambientes e setores que ocuparão a laje do subsolo; áreas de exposição e biblioteca serão implantadas nos pisos superiores. Pequenas clarabóias envidraçadas, traçadas na laje nervurada e ajardinada da praça, proverão o pavimento enterrado com iluminação zenital e, à noite, destacam os arquitetos, “funcionarão como singelos focos de luz ”.
As rampas de acesso aos andares superiores ocuparão boa parte do espaço vazio entre a praça e a biblioteca, destacando-se em meio à generosa área livre do térreo. Assim como as lajes daqueles pavimentos, que serão revestidos por chapa metálica perfurada, as rampas estarão atirantadas ao sistema estrutural da edificação. Constituído por duas treliças periféricas, em conjunto com vigas metálicas localizadas na cobertura e no piso do último andar, esse sistema será apoiado e atirantado no solo, junto ao trecho posterior da edificação. Não há previsão para o início das obras.
- fonte 2:
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp214.asp
Marina de Arthuso Ambrósio - 4°p - 2009/2
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