segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Villa Savoye / Cidade Radiosa - Anna Letícia e Renata Salas




A Villa Savoye, obra do arquiteto Le Corbusier, é uma residência que foi projetada e construída entre 1928-29 em Poissy, cidade próxima a Paris. Foi construída como uma casa para final de semana de uma família. Sendo uma geometria humana inserida em um ambiente completamente orgânico, a obra valoriza a relação de tempo e espaço, Dando atenção a ideia da variação do percurso, desde o bosque que a cerca, à própria residência. Foi considerado em projeto a chegada do visitante, que poderia se dar através de um carro, e o percurso deste faz parte da experimentação da obra. 



Le Corbusier propôs em 1927 os cinco pontos da nova arquitetura:
  1. Pilotis, liberando o edifício do solo e tornando público o uso deste espaço antes ocupado, permitindo inclusive a circulação de automóveis;
  2. Terraço jardim, transformando as coberturas em terraços habitáveis, em contraposição aos telhados inclinados das construções tradicionais;
  3. Planta livre, resultado direto da independência entre estruturas e vedações, possibilitando maior diversidade dos espaços internos, bem como mais flexibilidade na sua articulação;
  4. Fachada livre, também permitida pela separação entre estrutura e vedação, possibilitando a máxima abertura das paredes externas em vidro, em contraposição às maciças alvenarias que outrora recebiam todos os esforços estruturais dos edifícios; e
  5. A janela em fita, ou fenêtre en longueur, também conseqüência da independência entre estrutura e vedações, se trata de aberturas longilíneas que cortam toda a extensão do edifício, permitindo iluminação mais uniforme e vistas panorâmicas do exterior.
Mas só com o projeto da Villa Savoye  o arquiteto foi capaz de realizar completamente as idéias deste manifesto. Isso porque a tecnologia construtiva havia evoluído graças ao surgimento do concreto armado, capaz de resistir a esforços de tração e compressão. Com isso o edifício e seu interior ganharam flexibilidade, pois havia nítida separação dos elementos estruturais e não estruturais. A alvenaria limitou-se a função de vedação, tornando possível a abertura de grandes vãos que conectavam o interior com o exterior. Outra tecnologia da época foi de extrema importância para criar este vínculo com a natureza: a impermeabilização das lajes. Os telhados, antes inclinados e sem ocupação, tornaram-se terraços-jardins, locais de lazer e contemplação das vistas panorâmicas oferecidas pela nova estrutura.  No entanto, a tecnologia de impermeabilização aplicada na casa em 1929 não foi bem sucedida. 













- Área de 21,50m x 19m
- Estrutura em concreto armado e impermeabilizada nas coberturas;
- Usa de pastilhas e azulejos no interior;
- Sistema estrutural do tipo dominó;
- Distribuição de pilotis flexível para atender o projeto;
- Pilotis externos são redondos e os internos quadrados, sendo alguns embutidos nas paredes;
- Distância entre pilotis externos: 4,7m (laterais) e 4,6m (frontal e posterior);
- Altura dos pilotis externos: 3,1m
- Pé direito primeiro pavimento: 3,8m.













Le Corbusier trabalhava seus projetos em escala urbana e apesar de criar blocos residenciais independentes, queria conectá-los através dos terraços-jardins. Assim, o terreno natural permaneceria intacto e a interação urbana se daria no pavimento superior. Chamada de Cidade Radiosa essas cápsulas (como a Villa Savoye) multiplicadas formariam um único complexo inteiramente ligado. A capacidade de unir células individuais, liberar espaço para circulação no térreo e trabalhar diversas formas de percurso neste conjunto é o que nos interessa. 







Referências:

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.024/785
Livro Geoffrey H. Baker, LE CORBUSIER uma análise da forma


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