A Villa
Savoye, obra do arquiteto Le Corbusier, é uma residência que foi projetada e
construída entre 1928-29 em Poissy, cidade próxima a Paris. Foi construída como
uma casa para final de semana de uma família. Sendo uma geometria humana
inserida em um ambiente completamente orgânico, a obra valoriza a relação de
tempo e espaço, Dando atenção a ideia da variação do percurso, desde o bosque
que a cerca, à própria residência. Foi considerado em projeto a chegada do
visitante, que poderia se dar através de um carro, e o percurso deste faz parte
da experimentação da obra.
Le Corbusier
propôs em 1927 os cinco pontos da nova arquitetura:
- Pilotis, liberando o edifício do solo e tornando
público o uso deste espaço antes ocupado, permitindo inclusive a
circulação de automóveis;
- Terraço jardim, transformando as coberturas em terraços
habitáveis, em contraposição aos telhados inclinados das construções
tradicionais;
- Planta livre, resultado direto da independência
entre estruturas e vedações, possibilitando maior diversidade dos espaços
internos, bem como mais flexibilidade na sua articulação;
- Fachada livre, também permitida pela separação entre
estrutura e vedação, possibilitando a máxima abertura das paredes externas
em vidro, em contraposição às maciças alvenarias que outrora recebiam
todos os esforços estruturais dos edifícios; e
- A janela em fita, ou fenêtre en longueur, também
conseqüência da independência entre estrutura e vedações, se trata de
aberturas longilíneas que cortam toda a extensão do edifício, permitindo
iluminação mais uniforme e vistas panorâmicas do exterior.
Mas só com o
projeto da Villa Savoye o arquiteto foi
capaz de realizar completamente as idéias deste manifesto. Isso porque a
tecnologia construtiva havia evoluído graças ao surgimento do concreto armado,
capaz de resistir a esforços de tração e compressão. Com isso o edifício e seu
interior ganharam flexibilidade, pois havia nítida separação dos elementos
estruturais e não estruturais. A alvenaria limitou-se a função de vedação,
tornando possível a abertura de grandes vãos que conectavam o interior com o exterior.
Outra tecnologia da época foi de extrema importância para criar este vínculo
com a natureza: a impermeabilização das lajes. Os telhados, antes inclinados e
sem ocupação, tornaram-se terraços-jardins, locais de lazer e contemplação das
vistas panorâmicas oferecidas pela nova estrutura. No entanto, a tecnologia de impermeabilização
aplicada na casa em 1929 não foi bem sucedida.
- Área de 21,50m x 19m
- Estrutura
em concreto armado e impermeabilizada nas coberturas;
- Usa de
pastilhas e azulejos no interior;
- Sistema
estrutural do tipo dominó;
-
Distribuição de pilotis flexível para atender o projeto;
- Pilotis
externos são redondos e os internos quadrados, sendo alguns embutidos nas
paredes;
- Distância
entre pilotis externos: 4,7m (laterais) e 4,6m (frontal e posterior);
- Altura
dos pilotis externos: 3,1m
- Pé
direito primeiro pavimento: 3,8m.
Vídeo: http://vimeo.com/32830873
Le
Corbusier trabalhava seus projetos em escala urbana e apesar de criar blocos
residenciais independentes, queria conectá-los através dos terraços-jardins.
Assim, o terreno natural permaneceria intacto e a interação urbana se daria no
pavimento superior. Chamada de Cidade Radiosa essas cápsulas (como a Villa
Savoye) multiplicadas formariam um único complexo inteiramente ligado. A
capacidade de unir células individuais, liberar espaço para circulação no
térreo e trabalhar diversas formas de percurso neste conjunto é o que nos
interessa.
Referências:
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.024/785
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.024/785
Livro Geoffrey H. Baker, LE CORBUSIER uma análise da forma
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