Anhembi Parque
Projeto: Anhembi Parque
Data: 1968 a 1973 Localidade: São Paulo- SP
Área: 440,000m²
Equipe técnica:
Jorge welheim- autor
Miguel Juliano e silva co-autor
Massimo Fiocchi -co-autor
Colaboradores:
Roberto Burle Marx- paisagismo
Mario Franco- estruturas
Cedric Marsh- engenheiro calculista
Fichet Engenharia -construtura
Livio Levi- iluminação
Bolt, Beranek & Newman -acústica.
Palácio de Convenções
O desafio do Palácio de Convenções era cobrir 67 mil metros quadrados o que não era tarefa banal. Na época, costumava-se fazer isso com grandes arcos de madeira ou aço, ou com coberturas em forma de shed, pois só projetos industriais demandavam tais espaços e vãos.
A ideia era uma estrutura metálica, que nascesse do piso e se esgarçasse na altura dos treze metros, como uma árvore, mantendo a "copa" horizontal e constituindo uma grande "superfície" de estrutura espacial.
A construção de todo o conjunto do Anhembi estava a cargo da Moraes Dantas. As estruturas metálicas, porém, ficavam por conta da Fichet Schwartz-Hautmont. O trabalho da Fichet foi impecável. Tomou-se cuidado com o vento, para evitar que a estrutura, toda pendurada nos cabos de 25 guindastes, entrasse em movimento pendular, impossível de interromper, acarretando o rompimento e queda!
Os 67 600 metros quadrados de estrutura espacial levou umas oito horas ininterruptas para serem erguidas até a altura determinada. Nos dias seguintes, levantaram-se os pilares de aço, que jaziam à espera. Posteriormente, sobrepuseram-se os lanternins para iluminação interna, a 45 graus da estrutura principal. Eles ficaram voltados para o sul, impedindo a entrada direta de raios solares e criando um efeito bonito: dependendo da posição do visitante, a cobertura parece ou totalmente aberta, ou totalmente fechada.
Nem havia, nem há ... Até hoje um projeto que tenha sido construído como este, o Pavilhão de Exposições do Anhembi constitui a maior estrutura metálica construída no solo e levantada numa só peça em poucas horas!
Conhecidas como lajes plissadas, são superfícies. Com o seu formato, apresentam a vantagem de cobrir vãos bem maiores que os sistemas constituídos por lajes/vigas.
A laje plissada é usada no Palácio de Convenções, que são estruturas resistentes pela própria forma empregadas normalmente em coberturas, podendo adquirir os mais diversos formatos, inclusive circulares, são formadas por uma associação de lajes e vigas, e as dobras aumentam a rigidez e a resistência da estrutura. Esse tipo de laje é comumente empregado para a cobertura de grandes vãos porque possui uma ação portante tripla por apresentar um efeito de laje, de placa e de treliça.
Pela classificação de Engel esse tipo de estrutura é de superfície-ativa, ou seja, sua forma deve ser pensada como elemento estrutural, e pode assumir os mais variados formatos. Nas estruturas de superfície-ativa, é fundamental uma forma adequada que reoriente as forças atuantes, distribuindo-as, em pequenos esforços unitários, sobre a superfície.
A espessura da cúpula do Palácio de Convenções é de dez centímetros! No geral, ela tem essa medida e, quando chega no apoio, engrossa. Mas todo aquele desenho em forma de dobradura, de origami, tem dez centímetros.
As treliças são uma armação formada pelo cruzamento de ripas. Quando tem função estrutural, chama-se viga treliça e pode ser feita de madeira, metal ou alumínio.
As treliças ou “sistemas triangulados” são estruturas formadas por elementos rígidos, aos quais se dá o nome de barras. Estes elementos encontram-se ligados entre si por articulações/nós que se consideram, no cálculo estrutural. Nas treliças as cargas são aplicadas somente nos nós, não havendo qualquer transmissão de momento flector entre os seus elementos, ficando assim as barras sujeitas apenas a esforços de tração ou compressão.
A definição de treliça tem, então, como base as seguintes simplificações:
Articulações perfeitas; Articulações com graus de liberdade de rotação (rótulas);
Ausência de forças aplicadas nas barras.
A espessura da cúpula do Palácio de Convenções é de dez centímetros! No geral, ela tem essa medida e, quando chega no apoio, engrossa. Mas todo aquele desenho em forma de dobradura, de origami, tem dez centímetros.
Foi realizado um cálculo muito bem-feito e era recomendado fazer um cimbramento especial para desformar. Naquele tempo, as escoras eram colocadas numa caixa cheia de areia, que possuía um buraco que ficava tampado. Quando se retirava a tampa, a areia escorria e a estrutura descia por igual, para não receber trancos. Mas não fizeram nada disso, e sim uma outra coisa qualquer. Mario Franco tinha calculado que aquilo iria subir um pouco. No momento de desformar, começou a descer, descer, descer.
Ele foi chamado até o local e disse para prosseguir o trabalho e então, em determinado momento, ela parou de descer e começou a subir. Duas horas depois a cúpula estava perfeita. O topógrafo mediu a deformação e verificou que estava um centímetro e meio mais alta, como de fato estava previsto.
Foi realizado um cálculo muito bem-feito e era recomendado fazer um cimbramento especial para desformar. Naquele tempo, as escoras eram colocadas numa caixa cheia de areia, que possuía um buraco que ficava tampado. Quando se retirava a tampa, a areia escorria e a estrutura descia por igual, para não receber trancos. Mas não fizeram nada disso, e sim uma outra coisa qualquer. Mario Franco tinha calculado que aquilo iria subir um pouco. No momento de desformar, começou a descer, descer, descer.
Um comentário:
Trabalhava na área comercial de alumínio da Alcan em Porto Alegre e acompanhei todas as informações desde o projeto até a execução. Era a principal notícia no seguimento de extrusão de alumínio até então existente. A estrutura espacial do Parque Anhembi, foi notícia no mundo todo, revolucionando o universo da construção e do Leve e Nobre metal: o Alumínio.
Neloni Freitas.
Belo Horizonte - MG.
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